BC sinaliza nova alta da Selic para 14,25% diante de cenário inflacionário adverso
- Núcleo de Notícias
- 17 de dez. de 2024
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Ata do Copom destaca deterioração da inflação e reforça postura mais firme para controle do cenário econômico

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (17), sinalizou novas altas em 2025. Caso o cenário mais adverso e menos incerto se confirme, a taxa básica de juros poderá atingir 14,25% até março.
O documento reforça que o movimento foi motivado pela magnitude da deterioração da inflação no curto e médio prazo, além de fatores que tornaram o ambiente econômico mais adverso, como o dinamismo da atividade acima do esperado e a ampliação do hiato do produto — indicador que mede o desempenho da economia em relação ao seu potencial.
Cenário inflacionário e riscos
Os diretores do Copom destacaram que a combinação entre o desancoramento das expectativas de inflação e a elevação das projeções exige uma postura mais firme para garantir a convergência da inflação à meta. Eles pontuam que o ciclo de aperto monetário ainda dependerá da evolução dos principais indicadores, incluindo:
Dinâmica da inflação e componentes mais sensíveis à política monetária;
Projeções de inflação e expectativas do mercado;
Balanço de riscos e a atividade econômica.
O Comitê também ressaltou que a reação do mercado ao anúncio fiscal do governo afetou significativamente os preços dos ativos, ampliando preocupações com câmbio, prêmios de risco e a própria percepção inflacionária.
Desafios econômicos
Na avaliação do BC, a política econômica precisa ser previsível, crível e anticíclica para evitar uma deterioração ainda maior do cenário. A ata voltou a enfatizar que a coordenação entre as políticas fiscal e monetária é essencial para o equilíbrio da economia.
O Copom conclui que, frente aos desafios econômicos, uma postura mais contracionista é inevitável para ancorar as expectativas e restaurar a confiança na trajetória da inflação.
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