Alteração da meta fiscal e cenário internacional influenciaram decisão de desacelerar os cortes da Selic
O novo patamar da Taxa Selic - principal motivo da guerra entre Lula e Roberto Campos Neto - deve encerrar a trégua entre o governo e o presidente do Banco Central. Com o corte de apenas 0,25% definido na quarta-feira (8), a discussão sobre os juros referenciais da economia voltará a pesar no futuro comando da instituição. Campos Neto deixará a entidade no final de 2024.
O placa determinado na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi 5 a 4 para um abate menor, que deixou a Selic em 10,5%. Roberto Campos Neto decidiu ser mais cauteloso, desempatando o placar com voto de minerva.
Já os novos diretores do BC, Ailton de Aquino Santos, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira - todos indicados por Lula - optaram por reduzir em 0,50%.
A definição da Selic em 10,5% ao ano, por sua vez, ratificou o discurso recente de Campos Neto. Em abril, o dirigente já apontava que o Banco Central não continuaria os cortes consecutivos de 0,50% em virtude da alteração da meta fiscal e tendência de alta inflacionária no Brasil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, optou por não comentar a fundo da decisão do Banco Central sobre a taxa de juros. "Vamos esperar a ata. Eu acho que ata pode esclarecer melhor. O comunicado está muito sintético", declarou.
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