Bancada do agro alerta: produtores devem ser sufocados por juros altos
- Núcleo de Notícias
- 5 de jul. de 2024
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Comunicado foi emitido pela Frente Parlamentar da Agropecuária após divulgação do Plano Safra que pode comprometer os produtores

Após uma série de adiamentos, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou o aguardado Plano Safra 2024/2025, com a promessa de R$ 400,6 bilhões em recursos destinados aos produtores rurais.
A soma - 10% superior ao Plano Safra 2023/2024 - foi bem recebida pela bancada ruralista. Contudo, deputados e senadores que integram a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pontuaram que o corte de juros de 5% para 2,5% reservados para algumas linhas de crédito deveria ser aplicado para todo o setor.
“A FPA reconhece o esforço feito pelo governo federal para a agricultura familiar, no aumento do montante do Plano Safra 24/25 e no crescimento dos recursos destinados a equalização de juros”, escreveu a entidade presidida pelo deputado Pedro Lupion (PP-PR).
“A bancada ressalta a importância do corte de 5% para 2,5% - uma redução que chega a 50% em algumas linhas de crédito, o que deveria seguir para todo o setor agropecuário brasileiro. O agro é apenas um”, reforçou a FPA.
Além de chamar atenção para uma “unificação” do agro nacional, a FPA emitiu um alerta para que o setor não corra o risco de ser comprometido por dívidas.
“O Plano Safra anunciado não atendeu ao pedido dos produtores rurais para taxas de juros menores que pudessem ajudar na redução do custo de produção brasileiro e na diminuição do preço dos alimentos. A taxa Selic baixou 3,25%, mas os juros não foram reduzidos de forma equivalente. Um impacto diretamente no risco de inadimplência”,destacou a FPA.
“Para efeito comparativo, o exemplo do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura) com uma taxa de juros de apenas 4% ao ano para um empréstimo de R$100 mil, pode gerar, ao final de um período de um ano, o custo total do empréstimo em R$18.624,40 - resultando em uma taxa anual efetiva de 18,62% - ou seja - 4,6 vezes a taxa de juros nominal anunciada”, reiterou.
“Ressaltamos que as políticas públicas não podem ser definidas pelo governo federal apenas como pleito econômico”, reforçou a FPA. “O alerta faz todo sentido a partir do próprio anúncio do Plano Safra 24/25 sem seguro suficiente, juros altíssimos que competem com a diminuição da oferta de crédito, especialmente em casos extremos de mudanças climáticas”, concluiu a entidade.
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