Companhia aérea negocia com credores alternativa para reduzir passivos, envolvendo cerca de US$ 600 milhões em dívidas
A Azul Linhas Aéreas informou no último domingo (15) que está em negociações com arrendadores de aeronaves para discutir uma possível troca de dívida por participação societária. Segundo comunicado divulgado pela empresa, essas tratativas envolvem uma reestruturação financeira que visa otimizar a estrutura de capital da companhia, especialmente no que diz respeito aos seus passivos.
A notícia veio à tona após a agência Reuters ter informado, na sexta-feira, que a Azul estaria próxima de fechar um acordo no qual ofereceria ações como forma de pagamento de aproximadamente 600 milhões de dólares em dívidas acumuladas junto aos arrendadores de suas aeronaves.
Apesar da confirmação, a Azul não forneceu detalhes adicionais sobre as negociações. No comunicado, a empresa destacou que essas discussões "não excluem ou limitam outras alternativas" que estejam sendo analisadas para otimizar a sua situação financeira, sugerindo que a troca de dívida por participação societária é apenas uma das possibilidades em pauta.
As especulações sobre as tratativas resultaram em uma forte valorização das ações da Azul. Na última sexta-feira, os papéis da empresa dispararam 22,5%, refletindo o otimismo dos investidores com a possibilidade de reestruturação e redução da dívida da companhia aérea.
O cenário de altos custos com arrendamentos de aeronaves, em meio a um contexto econômico global desafiador para o setor de aviação, tem levado diversas empresas aéreas a buscar soluções criativas para lidar com suas obrigações financeiras. A Azul, assim como outras companhias do setor, enfrentou dificuldades severas durante a pandemia de Covid-19, e agora tenta reequilibrar suas finanças para continuar operando de forma sustentável.
A troca de dívida por participação societária pode representar uma saída menos onerosa para a Azul, já que alivia o peso da dívida em seus balanços financeiros sem exigir grandes desembolsos de caixa no curto prazo. Contudo, a medida diluiria a participação dos acionistas atuais, uma vez que novos investidores – no caso, os arrendadores de aeronaves – passariam a ter participação na empresa.
As negociações em andamento serão fundamentais para definir o futuro financeiro da Azul e determinar o impacto dessa eventual reestruturação no mercado.
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