Mesmo sem produzir petróleo, o conflito com os terroristas do Hamas pode levar à Opep é cortar ainda mais sua produção
Agência Brasil/EBC
Em um momento tão delicado para os mais de 1000 mortos pelo Hamas em um dos piores atentados terroristas da história, como avaliar friamente as consequências na conjuntura econômica do Brasil e do mundo?
A resposta não pode ser avaliada em apenas números, embora eles sejam frios por natureza.
Embarques no Oriente Médio
O estado de guerra, se prolongado em Israel, deve aumentar o preço dos seguros para o transporte de mercadorias destinadas e oriundas do Oriente Médio. Em suma, o custo dos embarques nas balanças comerciais irá inevitavelmente subir.
Custo do Brent
Em meio às oscilações causadas pelo corte de produção da Opep e aliados e a queda da demanda nos EUA, o barril de petróleo do tipo Brent caminhava no sentido de queda. Após o início dos conflitos, o valor da unidade subiu 4%. Nesta terça-feira, entretanto, houve queda de 0,50%, a US$ 87.
Segundo analistas, caso o valor do Brent aumente até 10% poderá causar redução de 0,15% no Produto Interno Bruto em 2023 e elevaria a inflação em 0,4%.
Relação Brasil-Israel
Embora tenha aumentado significativamente as relações diplomáticas e econômicas com Israel entre 2019-2022, o Brasil não está na lista dos maiores negociadores com o país hebreu - e a situação piorou com a ascensão de Lula ao poder pela terceira vez.
Entre janeiro e julho, foram apenas US$ 570 milhões em exportações e US$ 1,07 bilhão em importações.
Acordo econômico inédito
Outro efeito negativo da guerra, em termos globais, seria a suspensão provisória do acordo Israel-EUA-Arábia Saudita. O principal ponto envolveria a exploração de gás natural em território israelense, com tecnologia árabe.
O tratado comercial estava próximo de ser concretizado antes do ataque do Hamas. O principal bônus seria o reconhecimento de Israel como Estado, por parte dos sauditas.
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