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Assembleia da Eletrobras definirá novo conselho e consolida acordo com governo Lula

Votação no dia 29 marca disputa entre acionistas e ampliação da intervenção estatal na maior empresa de energia do país



A Eletrobras realizará no próximo dia 29 de abril uma assembleia geral de acionistas que promete ser uma das mais decisivas desde sua privatização, concretizada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em pauta estão as mudanças no conselho de administração da companhia e a aprovação de um acordo com o governo Lula, que visa retomar a presença estatal na gestão da empresa.


O acordo, negociado com mediação do Supremo Tribunal Federal (STF), garante à União três cadeiras no conselho da companhia, atualmente dominado por acionistas privados. A proposta é parte de um entendimento que encerra a ação judicial movida pelo governo para retomar influência após a perda de controle imposta por cláusulas estatutárias que limitam o poder de grandes acionistas.


Os nomes indicados pelo governo para compor o conselho são Silas Rondeau, Nelson Hubner e Maurício Tolmasquim — todos com forte ligação aos governos petistas. A contrapartida do governo foi abrir mão da exigência de que a Eletrobras invista na conclusão da usina nuclear Angra 3, cuja viabilidade vem sendo questionada há anos.


A assembleia também marcará a primeira eleição com disputa real entre candidatos desde a privatização, com 11 nomes concorrendo às sete vagas restantes no conselho — seis para detentores de ações ordinárias e uma para os de ações preferenciais. A empresa recomendou uma chapa própria com sete nomes, mas enfrenta concorrência direta de quatro candidatos apoiados por investidores privados.


Um dos nomes em destaque é o de Marcelo Gasparino, ex-conselheiro da empresa, que foi excluído da lista oficial de indicados e agora disputa de forma independente, com apoio do empresário Lírio Parisotto. Gasparino chegou a renunciar ao conselho da Petrobras para atender às exigências da Eletrobras e, após ser deixado de fora, levou sua insatisfação à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).


Outros nomes de fora da chapa da empresa incluem o banqueiro Juca Abdalla e Afonso Henriques Moreira Santos, que atuou no setor energético durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Abdalla enfrenta resistência interna por acumular a função de conselheiro na Petrobras, o que pode violar regras de governança da Eletrobras.


Em meio à tensão, a companhia publicou duas cartas aos acionistas defendendo sua chapa oficial. O presidente do conselho, Vicente Falconi, afirmou que o processo de seleção foi conduzido de forma transparente, com apoio de consultorias internacionais. Segundo ele, o grupo indicado tem “capacidade plena de liderar a Eletrobras diante dos desafios da descarbonização e da inovação tecnológica”.


O cargo de conselheiro, cuja remuneração mensal chega a R$ 118 mil, impõe diversas restrições aos eleitos. Além de limites na participação em outros conselhos (máximo de três empresas), há barreiras adicionais para quem integra órgãos de companhias concorrentes — exigência que levou alguns candidatos a abrirem mão de funções em outras organizações.


Caso o acordo com o governo seja rejeitado pelos acionistas — possibilidade considerada improvável pela gestão —, dois dos nomes sugeridos pela União, Rondeau e Tolmasquim, passam automaticamente a compor a lista oficial da Eletrobras. Além disso, o governo indicou o ex-ministro Guido Mantega para integrar o conselho fiscal da companhia. A assembleia do dia 29 é vista como um momento-chave para o futuro da empresa.

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