Após retirada de R$ 32 bilhões em 2024, investidores estrangeiros continuam a sair do Brasil
- Núcleo de Notícias
- 11 de jan.
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Fatores como riscos fiscais, alta de juros e decepções com o governo afastam capital estrangeiro do mercado brasileiro

O mercado financeiro brasileiro enfrenta uma forte evasão de capital estrangeiro, com investidores retirando cerca de R$ 32,1 bilhões em 2024, a maior saída desde o auge da pandemia em 2020. Nos primeiros dias de 2025, o movimento continua, com a bolsa brasileira perdendo R$ 3 bilhões em investimentos estrangeiros, segundo dados da B3.
O cenário reflete uma combinação de fatores adversos, como a desvalorização do real (queda de 21% frente ao dólar) e a queda do Ibovespa, que recuou mais de 10%, eliminando R$ 1,77 trilhão do valor de mercado do índice. A deterioração fiscal do país e o aumento da taxa Selic, que pode chegar a 15% ao ano até o fim de 2025, também pesam nas decisões dos investidores.
Grandes instituições financeiras como Morgan Stanley, JPMorgan e HSBC rebaixaram a recomendação para ações brasileiras. O HSBC destacou o "ambiente tóxico" do país, caracterizado por altas taxas de juros, uma moeda desvalorizada e crescimento econômico lento, classificando o Brasil como uma "armadilha de valor clássica".
A frustração dos mercados com o compromisso do governo em controlar gastos públicos, agravada por um pacote fiscal anunciado em novembro que não atendeu às expectativas, intensificou a desconfiança. Essa percepção afeta a atratividade das ações brasileiras, mesmo com valuations no menor nível em quase 20 anos.
Em meio a um cenário global já desafiador para mercados emergentes — incluindo dúvidas sobre cortes de juros nos EUA e incertezas na economia chinesa —, o Brasil enfrenta um momento crítico.
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