Estatal brasileira negou investir em produção de fertilizantes com YPFB, apesar de divulgação feita pelo governo boliviano
Agência Brasil/EBC
Parecia segredo, mas na era da Inteligência Artificial nada hoje está salvo de vazamentos. Nesta semana, a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) revelou uma série de informações que o governo Lula, aparentemente, não queria divulgar tão cedo. A estatal informou, de forma oficial, que tem em sua carteira de investimentos um projeto conjunto com a Petrobras para construir uma planta de fertilizantes à base de amônia e ureia na região de Puerto Quijaro.
Porém, assim como no caso da importação de tilápias do Vietnã, o lado brasileiro negou de forma imediata a associação com o país vizinho. Em comunicado, a Petrobras afirmou ter enviado à Bolívia “uma missão para avaliar as oportunidades”, sem a assinatura de qualquer compromisso oficial.
Bolívia dá respaldo ao projeto
Apesar da negativa da estatal brasileira, o vice-presidente nacional de operações da YPFB, Luciano Montellano Abasto, garantiu que há interesse de ambas as partes em um investimento de US$ 2.5 bi no projeto
“No caso da Usina de Uréia é um investimento muito grande, massivo, muito preliminarmente estamos falando de um valor estimado em mais ou menos US$ 2,5 bilhões”, ratificou o dirigente.
Antes da nota desmentindo parcialmente a operação binacional, o próprio presidente da Petrobras havia introduzido a reaproximação com o governo da Bolívia. No último dia 22, Jean Paul Prates disse que a companhia estava “se reaproximando” da Bolívia e da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), tanto “nos segmentos de gás natural, como no de fertilizantes”.
Crise internacional
A notícia - ou vazamento - da nova parceria entre Brasil e Bolívia levantou suspeitas quanto ao seu sucesso por conta da crise entre os dois países ocorrida em 2006. Na época, sob o comando de Evo Morales,
Em dezembro daquele ano, Evo Morales decidiu “nacionalizar” por completo a exploração e refinação de petróleo do país. Imediatamente, o ditador boliviano ordenou que tropas militares tomassem conta das refinarias, as quais a Petrobras tinha controle em um acordo binacional. O imbróglio se arrastaria durante dois anos, até que Lula concordou em pagar mais U$ 100 milhões por ano para ter direito ao gás natural boliviano.
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