Banco Central sinalizou cautela no corte da Selic, mas governo Lula se diz "otimista"
Agência Brasil/EBC
Em sua ata de março sobre o panorama econômico atual do Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu reduzir a taxa Selic para 10,75% ao ano. A nova queda na taxa de juros, entretanto, veio acompanhada de um alerta sobre os perigos da inflação.
“(...) O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica (...)”, apontou o BC.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação de fevereiro pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) ficou em 0,83%, pressionada pelo custo dos alimentos e bebidas, que saltou 0,95% no período.
Apesar dos sinais indicarem cautela, o governo Lula decidiu apostar novamente em declarações para pressionar o Banco Central a prosseguir com cortes de 0,50% na Selic.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que a redução da Selic “precisaria ser mais rápida”, em razão da conjuntura nacional.
“O juro ainda é alto, mas está em queda, caindo 0,5 ponto porcentual em cada encontro. Deveria ser mais rápido. Estamos começando um novo ano com um quadro interessante”, declarou Alckmin.
Haddad diz acreditar em corte maior da Selic
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse “estar otimista” em relação aos próximos anúncios do Copom e ao cenário externo.
"Eu acredito que o Banco Central resolveu aguardar junho para tomar uma decisão. Ele não falou que vai aumentar para 0,75 ponto porcentual, nem que vai manter meio ponto, nem diminuir para 0,25. Eu vou tirar o plural para ter liberdade de tomar decisão à luz do que estiver acontecendo no mundo. E eu sou otimista com relação ao que estará acontecendo no mundo até lá”, ressaltou.
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