Ameaça de intervenção na Petrobras causa terror em acionistas
- Núcleo de Notícias
- 29 de fev. de 2024
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Declaração do presidente da Petrobras sobre redução no pagamento de dividendos faz ações despencarem

Lula e Jean Paul Prates: clima de intervenção - Agência Brasil/EBC
Em 2022, a Petrobras pagou a título de dividendos a seus acionistas cerca de R$ 217 bilhões - praticamente, o triplo do valor de 2021. A escalada dos valores incomodou profundamente a base petista, que estava prestes a assumir o país no ano seguinte. Em novembro, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, protestou:
"Passada a eleição volta a sangria na Petrobras. Estão preparando a distribuição de R$ 50 bilhões em dividendos. Não concordamos com essa política que retira da empresa sua capacidade de investimento e só enriquece acionistas. A Petrobras tem de servir ao povo brasileiro", escreveu Gleisi no antigo Twitter.
A sangria citada pela deputada em sua postagem, entretanto, deu às caras nesta quarta-feira (28) - mas pelo motivo oposto. Após declaração temerária do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, as ações da estatal despencaram mais de 5% na B3, significando uma perda de R$ 30 bilhões em valor de mercado da companhia.
A queda impactante foi causada por uma afirmação que viria a ser remediada horas mais tarde. Em entrevista à Bloomberg, Prates afirmou que a companhia está se preparando para pagar menos dividendos aos seus acionistas, em virtude de um “processo de transição” pouco detalhado pelo dirigente.
“Precisamos ser cautelosos." “Estamos no meio dessa grande decisão de nos tornarmos uma empresa de petróleo em transição”, anunciou.
Não demorou muito para a Petrobras tentar apaziguar a crise de confiança gerada pelo depoimento de Jean Paul Prates. Em comunicado oficial, a empresa soltou um “não é bem assim” pouco convincente ao mercado, reservando as próximas decisões oficiais para a Assembleia Geral Ordinária, marcada para 25 de abril.
“Não há qualquer decisão tomada em relação à distribuição de dividendos ainda não declarados. As decisões sobre dividendos serão tomadas com base na nova Política de Remuneração aos Acionistas da Companhia. A Petrobras reforça, por fim, que busca, por meio político, garantir a sua perenidade e sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos e conferir previsibilidade ao fluxo de pagamentos da remuneração aos acionistas”
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