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Afinal, qual a utilidade do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos?

Além de inchar a máquina, a abertura de mais vagas no funcionalismo público também visa aumentar o poder político junto ao eleitorado


Lula e Esther Dweck - Agência Brasil/EBC


Ao assumir o Planalto de 1º de janeiro, o governo Lula emitiu uma mensagem clara: que não iria poupar recursos para criar uma nova leva de ministérios. Ao todo, quase 11 meses após a cerimônia de posse, seu terceiro mandato caminha para o recorde de 38 ministérios, com a chegada do “extenso” Ministério da Pequena e Média Empresa, Cooperativas e Empreendedores Individuais. Afinal, nenhum esforço tem sido poupado para acomodar políticos do centrão e garantir apoio nas votações.


Fora do espectro político, é sabido que o aumento de ministérios também é sinônimo de crescimento de gastos. Principalmente se o ministério foi criado para inchar a máquina pública, como a pasta da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que já nasceu prevendo a disparada das despesas do imposto pago pelo contribuinte.


A conta é simples aqui também. Quanto mais funcionários públicos, mais cara fica a folha salarial bancada pelo cidadão.


Em uma breve pesquisa no site do ministério comandado por Esther Dweck - nome de grande apreço aos que visam o crescimento do funcionalismo - não é difícil notar que a criação da pasta foi definida, única e exclusivamente, para alavancar o número de concursos públicos e benefícios aos servidores.


Missão principal: garantir apoio incondicional do funcionalismo


No último dia 11, por exemplo, o ministério reportou o sucesso em um acordo firmado entre servidores públicos federais de carreira que atuam no desenvolvimento de “políticas sociais” - nada, portanto, ligado ao crescimento da produção em benefício ao cidadão comum.


Na ocasião, o secretário de Relações do Trabalho da pasta José Feijó, destacou a importância desses experts, em um claro aceno de manutenção de apoio político da classe.


“A construção e execução de políticas públicas sólidas é uma das prioridades desse governo, que sabe o quanto é relevante valorizar o servidor que participa dessa execução”, declarou Feijó ao explicar que a reestruturação da remuneração desses funcionários seria distribuída em pagamentos parcelados entre 2024 e 2026.


O paraíso dos concursados


Além de não deixar o “ânimo da tropa baixar”, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos tem se esforçado quase semanalmente para dar uma ótima notícia a quem pensa cavar uma vaga no funcionalismo federal à base de concursos.


Os números falam melhor que as palavras. Somente até o final de julho já tinham sido confirmadas a abertura de 8.360 vagas para os chamados “concurseiros”, como são conhecidas os brasileiros que dedicam tempo (e altos investimentos em inscrições) a fazer provas para se empregar em vagas estatais.


A comparação com a gestão do então presidente Jair Bolsonaro é gritante. Em quatro anos, o político (hoje inelegível por 8 anos pelo TSE) trabalhou para enxugar a máquina pública. O resultado foi positivo: queda de 12% no número de servidores - medida que deixa saudade em quem sonha com um estado menor e menos paternalista.

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