Abicom aponta que defasagem da gasolina ameaça consumo do etanol
- Carlos Dias
- 11 de abr. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de ago. de 2023
Gasolina permanece com preços congelados pela Petrobras há 41 dias

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustível (Abicom), Sérgio Araújo, avalia que o consumo do etanol já está ameaçado pela defasagem do preço da gasolina, que continua congelado por determinação da Petrobras há 41 dias.
O diesel foi reajustado pela petroleira há 19 dias, entretanto, de acordo com a Abicom, neste caso o valor cobrado ainda permanece alinhado com o preço de importação, estando também com a negociação garantida principalmente com combustível oriundo da Rússia.
Ainda de acordo com Araújo, não há previsão de reajuste no preço da gasolina por parte da Petrobras antes do dia 27 de abril, quando ocorrerá a Assembleia Geral Ordinária (AGO), que deve alterar os integrantes do Conselho de Administração da petroleira, tendo em vista que os atuais ainda são indicações do governo Bolsonaro.
Embora a Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe (BA), privatizada no ano passado, realize reajustes semanais e tenha na última quarta-feira (5) reduzido o valor da gasolina em R$ 0,18 o litro, e o diesel em R$ 0,007 o litro, a Abicon declarou que a gasolina está 7% abaixo da paridade de importação (PPI) no Brasil, chegando a 9% no polo de Araucária (PR) e 6% em Aratu (BA).
É possível que para atingir a paridade a Petrobras opte por elevar o preço do combustível em R$ 0,25 o litro no mercado interno, no entanto, Araújo não conta com essa possibilidade de imediato, “Poderia haver um pequeno aumento no preço da gasolina, mas não acredito que a Petrobras vá fazer isso agora com toda a pressão sobre os preços da Petrobras”.
O presidente da estatal, Jean Paul Prates (PT), segue reforçando sua pretensão de pôr fim ao PPI, implantado como política desde o governo de Michel Temer, em 2016 e mantida durante o governo Bolsonaro, e alega como justificativa a garantia de preços competitivos por parte da Petrobras e que leve em consideração as diferenças regionais.
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