A Nova Ordem, o desenvolvimento econômico e os avanços sociais
- Carlos Dias
- 9 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
Concentração de poder
Mais do que a diferença entre expressões e palavras nossa intenção é indicar se há efetivamente vinculações consequenciais automáticas entre economia e avanço social.
Existe grande distância de significado entre as ações humanas adotadas e o que pode ser entendido sinteticamente como “projeto humano”.
A natureza humana tem aspirações próprias e íntimas inspiradas pelo Criador. Dessa forma, o fato da criação é um fundamento que não pode ser desconsiderado nas análises sociológicas e, muito menos, de forma contrária, as consequências de sua desconsideração.
Não há como desvincular a natureza humana de seu conjunto de valores permanentes e imutáveis no tempo. O projeto humano tem leis irrevogáveis e essas, precisam permear toda a ação humana e seus meios de alcançar objetivos.
A pessoa humana é o fim último de toda ciência e de todo meio que concorre para o crescimento e o desenvolvimento pessoal e material voltados para bem.
A ciência econômica tem por obrigação empenhar-se na busca de soluções dos problemas reais da existência humana apesar das limitações das inteligências que se colocam a serviço da superação desses desafios. Por outro lado, é importante ter em mente a atenção e o cuidado para perceber e enfrentar as inevitáveis tentativas de tornar a ciência econômica um instrumento de poder e de controle social.
A onda de modernidade global trouxe importantes conflitos para os pensadores do campo econômico, especialmente, no que se refere a consolidação de uma visão utilitarista dessa ciência. Outros conflitos significativos e derivados foram na compreensão da ordem e poder nacional, de aspectos territoriais e na relevante dissonância entre Estado e Nação.
Há com clareza meridiana uma realidade econômica e social imposta por grandes arranjos econômicos de vocação histórica concentradora, oligopolistas e transnacionais, causando rupturas importantes nas identidades nacionais, nos poderes locais, gerando fragmentação pelo divórcio provocado entre Estado e Nação.
A Nova Ordem instituída opera há décadas no controle das economias, mas com o avanço das tecnologias, as agilidades no campo logístico, houve condições especiais para ampliação desse poder através da dissolução sem guerra das barreiras impostas pelas fronteiras físicas tradicionais.
Os avanços das tecnologias e de empresas específicas que atuam no serviço digital, como explicado, consolidaram novos espaços de atuação, abertos e livres das barreiras físicas. Constituiu-se, então, um novo modelo de atividade produtiva operando distante dos escritórios centrais das empresas, porém, integradas por facilidades tecnológicas e logísticas.
O que podemos observar é que essas estratégias de caráter global descritas não têm o menor vínculo ou ligação que possam ser feitas, em termos de causa e efeito, com uma eventual superação de problemas sociais.
A Nova Ordem é de base concentradora de poder e, como um ácido, corrói as identidades humanas e nacionais diretamente. Ao observarmos os indicadores de avanços econômicos, quase sempre esses não têm qualquer relação com a evolução positiva dos índices de desenvolvimento humano. Para avanços sociais necessitamos de que valores morais inegociáveis norteiem o projeto humano.
As elites do poder global estão não só afastadas, mas se esmeram em negar o entendimento transcendente da vida e da relação de irmandade que, se voltasse a comandar os espíritos, poderiam se converter em planos de superação de ordem econômica e social.
Embora, o conceito de livre mercado e de liberdade econômica sejam essenciais, também o são de forma equivalente as utilizações dos meios dispostos pela ciência econômica com o propósito de buscar-se a promoção humana, com o esforço justo e perspectivas de oportunidades, para a realização da pessoa.
No contexto socioeconômico de hoje, segundo as características dessa Nova Ordem, seria necessário garantir a introdução de valores que habilitem, se possível, essa Nova Ordem, ao nível de possibilidade de aplicação à humanidade.
Na verdade, essa tal Nova Ordem precisa ser reconfigurada por uma nova ação evangelizadora do mundo, papel especial e indelegável da Igreja Católica e de seus fiéis.
É fundamental recristianizar as pessoas e dar sentido de justiça aos eventuais novos modelos e contornos das estruturas das nações, de seus poderes internos, bem como, da cultura, do trabalho humano, das atividades produtivas e da restauração das próprias identidades e crenças.
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